Apresentação |
A práxis psicanalítica se depara, nos últimos tempos, com uma dimensão que requer muito de nossa atenção: o colapso.
Nos referimos àquela “queda” vivenciada pelo sujeito e que o coloca em uma situação de regressão, não-integração, dependência, riscos de fragmentação e de revivência de estados agônicos não verbalizáveis e não simbolizáveis.
Trata-se de um lugar que precisa ser habitado e vivido pelo sujeito para que ele possa se constituir como um “ser”.
Um lugar muito facilmente identificado com o “surto psicótico”, a “loucura”, a “depressão profunda”, enfim, um lugar para o qual a psicanálise terá cada vez mais de se preparar e oferecer continência, holding e a revitalização necessárias.
Essa forma de manejo também se faz presente para que a catástrofe do "Eu" possa ser sustentada pelo analista e para que ocorram os processos transformacionais em direção à integração e reestruturação mental, ou seja, vivências de adoecimento e cura psíquica. Nosso curso tem como proposta visitar estes lugares em nossos encontros, tanto na teoria como em situações clínicas, chamando a atenção para a urgência de compreender o “colapso” como uma nova dimensão clínica para a psicanálise contemporânea, onde presenciamos tantos e seguidos "Eus" em ruínas.
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BIBLIOGRAFIA |
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